quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Feliz dia da família para nós, os alternativos

Não poderia deixar esse dia passar em branco, né?
Afinal esse ano eu comecei a construir a minha própria família...

Hoje, dia 8 de dezembro, é o dia da família e, para mim, nada é mais importante do que família.
Preciso dizer que família não é só aquele povo que nasce-juntinho-todos-do-mesmo-sangue. Família é quem se ama, sabe? Assim como "pai e mãe é quem cria" e mais uma infinidade de clichês do tipo - mas, em se tratando de família, é clichê que não acaba mais!
E preciso dizer também que família não é aquele povo que mora na mesma casa... tem os filhos de pais separados [meu caso, caso do Cebolinha...], filhos de mães/pais que por algum motivo moram em outra cidade/país porque precisam trabalhar [caso da moça da limpeza que trabalha aqui na empresa - o filho ficou na Bahia e ela, coitada, veio pra cá trabalhar; nesse fim de ano vai buscar o menino e tal, mas isso é assunto pra outro dia] ou filhos de mães ou pais solteiros.
Ah, tá pensando que não existem pais solteiros? Pense melhor, porque existem.

Pra essas famílias, digamos, não-convencionais digo que continuem unidos, se amando e sendo felizes, cada uma a sua maneira. Só a gente sabe como pode encontrar dificuldades por não ter uma estrutura de comercial de margarina e só a gente sabe como superar essas coisas: com MUITO, mas muito amor mesmo e um pouquinho de paciência.
Que dificuldades seriam essas? Ora, coisas do dia-a-dia, como quem pega o filho na escolinha ou quem paga o quê ou ainda como fazer pra fazer o dinheiro multiplicar milagrosamente pra dar conta do orçamento sozinho e ainda sair de todas as situações anteriores achando tudo muito bom .
Acha que é fácil? É nada. "Exprimenta" estar a 2 horas de trânsito da sua casa no dia que seu cartão de crédito está sem limite [e ainda faltam uns 8 dias pra virar o mês] e receber uma ligação da dona da escolinha dizendo que seu pequeno se machucou/está com febre/whatever, sua gerente dizer que você não pode sair mais cedo e você ainda ter de aguentar gente grossa no ônibus pisando no seu pé e nenhum fdp se oferecer pra carregar sua bolsa mega pesada. E, depois disso tudo, chegar em casa e ter paciência para aguentar birra do filho pequeno ou a tia-avó ligando pra reclamar de alguma coisa.
É preciso paciência, sim, pra manter a família unida pq, numa situação dessas é fácil fácil se irritar e descontar em quem está mais próximo, ou seja, a família.

Não importa se a sua família é grandona ou tem só duas pessoas, como a minha e do Cebolinha.
O que importa é o amor que todos vão não só sentir, mas viver. Amor para superar e aproveitar as coisas todas as vida, povo; é o que eu receito, independentemente de quantas pessoas e como é composta a sua família.
E ó, nem liguem pras famílias tradicionais preconceituosas quando elas criticarem a sua vida alternativa.

Costumo cantar para Cebolinha uma musiquinha, que aprendi com uma amiga que não vejo há muitos anos, que diz assim:

"eu te amo, você me ama, não importa toda a gente, nós juntinhos nos amamos e viveeeeeemos"

[e aí pergunto] "como é o seu nome?"
[e eu mesma respondo, até que ele aprenda a responder] "Cebolinha!"
- "o que você faz?"
- "eu amo!"
- "toda a gente?"
- "não!"
- "então, quem?"
- "só você, mamãe!"

Ainda que meu filho não entenda, eu sempre digo que o amo e que ele é importante pra mim.
Quero que ele cresça tendo a certeza de que é amado e foi muito esperado - por mim e pelo pai dele também, ainda que não estejamos mais juntos.
E, mais do que tudo, quero que ele cresça com autoconfiança e sabendo que nossa família não é como a dos coleguinhas da escola, mas que pode ser bom assim também. Ser diferente é legal!
[Imagem: Getty Images]
ps: E, quanto às famílias tradicionais não-preconceituosas, bem, o conselho é aproveitar pra rir das diferenças entre eles e nós, acho super válida essa troca!

3 comentários:

Lia disse...

Lindo seu comentário lá no meu blog. E adorei a família cebola... ;)
P.S.: Quanto aos peitos, eu esvazio na hora do almoço e doo pro banco de leite. Graças a Deus no meu trabalho tem salinha de ordenha.

Lia disse...

Français. ;)

Mãe do Pitoco disse...

Oba, vou acompanhar seu bloguinho, viu? E adorei sua pequenina família linda, composta com o que mais importa: amor e respeito.

Beijos nos dois.

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